
Nasceu em 1932 e faleceu com 47 anos de idade, na sua residência na Praça do Município, onde vivia com seus pais, Fernando Antunes do Souto e D. Alda Rafael da Rocha, senhora que convivia com a melhor sociedade de Arcos de Valdevez. Durante o seu pequeno percurso de vida dedicou-se à poesia, pintura, ao teatro e à música. No fundo era um criador de tudo que fosse cultura. Viveu em Lisboa durante vários anos e quando regressou a Arcos de Valdevez, onde nascera, logo criou amizades entre os rapazes e raparigas com quem convivia, organizando conjuntos musicais, festas e outros passatempos que naquele tempo não eram vulgares num meio pequeno como Arcos de Valdevez. A sua morte como ocorreu foi muito sentida por todos os arcuenses, mas, principalmente pelos jovens que admiravam as suas qualidades num tempo que muito se esperava das suas faculdades intelectuais. O livro “Grito de Pedra”, agora apresentado na Casa das Artes pela Dr.ª Albertina Fernandes, foi uma surpresa para quem não conhecia de perto as grandes faculdades desse jovem. No palco da Casa das Artes encontravam-se em exposição diversos quadros da sua autoria, fotografias pintadas pelas suas mãos e algumas jovens leram diversos textos que ele foi escrevendo ao longo da sua curta vida. Um dos poemas que traduzia a sua nostalgia, salientava: “O Sol brilhava Quando minha mãe Me sorria todas as manhãs, Quando me acolhia nos seus braços, Quando me beijava Com ternura De que ninguém mais foi capaz. E junto dela eu não envelhecia, Era sempre o seu menino, O seu rapaz. Tudo o que depois se deram Foram prestações de amor Que nunca foram pagas E eu um barco solitário à deriva, Perdido, a naufragar No meio das vagas” Quem conheceu o Nurmi, sente que este poema era um desabafo de quem já nada esperava da vida.