O Dr. Narciso de Faria Lima, nasceu no concelho de Arcos de Valdevez e distinguiu-se ao longo da vila como contador do Tribunal da Relação do Porto. Era um activo político republicano, tendo desempenhado neste concelho vários cargos de natureza política logo nos primeiros anos da República, como Administrador do Concelho e Presidente da Comissão Administrativa do Município, aplicando sempre nos seus actos uma política republicana. Depois retirou-se do concelho quando foi nomeado contador do Juízo de Direito de Torres Novas, onde transitou para o Tribunal Comercial do Porto e mais tarde para a Relação onde se manteve até à aposentação. Apesar de ocupar estes cargos não abandonou a actividade política, encontrando-se filiado no Partido Republicano Radical. Contava 53 anos de idade quando faleceu deixou viúva a D. Rosa Branca Barreiros Faria Lima, senhora originária de uma família distinta, muito conhecida em Arcos de Valdevez. Esta família era sempre chamada para integrar comissões de senhoras para angariarem fundos a favor dos mais pobres, nomeadamente a D. Maria Luciana, D. Maria Da Conceição e de D. Maria das Dores de Faria Lima e Caetano de Faria Lima, razão porque toda a família era muito estimada no meio arcuense. Embora sempre ligado aos Tribunais não chegou a beneficiar da aposentação por ter falecido antes de a atingir o limite de idade. Como gratidão por tudo quanto fez em benefício dos Asilos de Infância e Inválidos, incorporaram-se no seu funeral as internadas desses estabelecimentos de bem-fazer, bem como os bombeiros e muitas pessoas de todas as classes sociais, facto que ocorreu no dia 19 de Fevereiro de 1928. A esposa tinha uma propriedade na freguesia de Paço onde passou a viver permanentemente depois da morte o marido, só que durante uma deslocação ao Porto onde foi passar uns dias, quando chegou deparou com um roubo muito valioso em jóias e outros valores muito importantes, cujos assaltantes não chegaram a ser identificados. O Dr. Nasciso Faria Lima exerceu funções em Moçambique como médico.