O Dr. Xavier Araújo foi uma das figuras que mais se distinguiu na revolução de 1820. Ninguém se lembrou desde filho ilustre dos Arcos para perpetuar o seu nome na rua onde nasceu, a antiga Rua Marques de Pombal, hoje rua Cerqueira Gomes. José Maria Xavier de Araújo nasceu nesta vila em 1785 e era filho do conselheiro de fazenda e desembargador Francisco Xavier de Araújo. Formou-se na Universidade de Coimbra e seguiu a carreira da magistratura até ocupar o lugar de provedor da comarca de Viana, que deixou para se alistar na revolução capitaneada por Fernandes Tomás e levada a efeito a 22 de Junho de 1820. Em 24 de Agosto rebentou a revolução e a 15 de Novembro saiu do governo. Após esses acontecimentos de ordem política, Xavier de Araújo foi eleito deputado às cortes constituintes, nas quais se tornou notável por pertencer à minoria que pugnava pela organização do poder legislativo em duas Câmaras. Em 1823 emigrou para Espanha, não aparecendo mais o seu nome até 1834 ano em que foi nomeado juiz do Tribunal do Comércio. Em 1850 era desembargador da Relação do Porto e faleceu ali pelos anos entre 1856 e 1858. Possuía a Comenda de Cristo e a de Fidalgo da Casa Real. Deixou publicados vários folhetos, sendo o mais notável a “Revelação e Memórias para a História da Revolução de 24 de Agosto de 1820 e 15 de Setembro do mesmo ano. Lisboa 1846 1º. Volume”. O elogio fúnebre foi feito por Manuel Fernandes Tomas, da Sociedade Literária e Patriótica de Lisboa, em 27 de Novembro de 1858. A segunda edição das suas memórias, foi publicada em 1883.