Nasceu na freguesia de Santa Marinha de Prozelo deste concelho de Arcos de Valdevez a 23 de Março de 1840 e faleceu no Rio de Janeiro a 14 de Janeiro de 1925.
Deixou à Santa Casa da Misericórdia três partes da sua grande fortuna para aquisição de terreno e construção do Lar Soares Pereira destinado à velhice, bem como títulos do tesouro suficientes para pagar as despesas do Lar no que diz respeito ao sustento dos idosos, seu bem estar, despesas com pessoas e tudo
que fizesse falta. Para sustento de toda esta despesa deixou 3/6 da sua fortuna que atingia valores gigantescos. Com o valor da herança, adquiriu-se o terreno, construiu-se o Lar que foi apetrechado com mobília de grande valor e loiça chinesa, hoje muito valiosa, mas quase toda desaparecida!
Também doou ao Estado a sua casa de morada em Prozelo para ali instalar uma escola destinada às crianças dos dois sexos, dotando-a com o mobiliário necessário. Para suporte das despesas, deixou o rendimento de 50 apólices da Dívida Pública Braseira e designou o nome da professora D. Camila Sampaio para assegurar o ensino às crianças. Esta escola foi inaugurada no dia 1 de Janeiro de 1922 e fez questão de designar a D. Camila Sampaio para professora da mesma, bem como a sua casa para residência da referida professora.
No diário da República de 8 de Agosto de 1924, foi publicada uma Portaria onde os beneméritos, José António Soares Pereira e sua esposa D. Maria do Nascimento Soares Pereira, eram louvados pelo acto que tanto os notabilizou em prol da instrução pública.
O nome do benemérito além de constar como patrono do referido Lar, também está perpetuado na rua que sai da Lapa até à saída para a estrada que segue para Monção.
Os títulos de tesouro que deixou foram perdendo valor até que deixaram de o ter definitivamente. Aquando da morte de José António Soares Pereira, o Dr. Armando Amorim, director do “Almanaque Arcoense“ escreveu:
“Se eu pudesse ajoelhar e curvar-me diante da sepultura do nosso grande benfeitor diria que: A parte, digna de apreço, do esforço que tive neste modesto volume é dedica-lo a tão simpática figura arcoense como preito de reverência pelas suas reconhecidas virtudes e de gratidão pelo seu grande e inolvidável exemplo de benemerência”.