Fernando Antunes do Souto Rocha nasceu na Casa dos Confrades do Espírito Santo, nesta vila, no dia 3 de Agosto de 1892 e faleceu a 25 de Junho de 1973.
Muito cedo partiu para Lisboa onde exerceu diversas actividades, mas como principal a de guarda-livros de várias empresas. Após a aposentação, instalou-se definitivamente na casa onde nasceu, continuando a dedicar-se à profissão que sempre desempenhou e ao estudo de investigação dos valores da cultura arcuense, publicando diversos artigos sobre essa matéria dado possuir uma das melhores bibliotecas do concelho de Arcos de Valdevez. Não sabemos se esses estudos ou a própria biblioteca estão ou não à mercê de quem os pretenda consultar, porque se assim for será uma fonte de conhecimentos para aqueles que se interessam pela história arcuense iriam beber dúvidas que vem buscando ao longo dos tempos, como é o caso do autor deste livro que procura incessantemente factos históricos que digam respeito às mais ilustres figuras arcuenses que não sejam do domínio público. Além destes predicados Fernando Rocha ainda lhe sobrava tempo para exercer as funções de vereador da Câmara Municipal durante os anos de 1964 a 1967.
Era uma figura carismática na nossa vila pelo seu porte e ligação à melhor sociedade arcuense, frequentando assiduamente a Doçaria Central onde se encontrava com amigos para uma conversa de troca de ideias muito salutares em relação ao desenvolvimento do concelho. Dizia-se que a sua biblioteca era a mais completa do concelho. A Casa dos Confrades do Espírito Santo situa-se na Praça Municipal, junto à Farmácia Arcuense e foi recentemente remodelada por um seu neto para efeitos de turismo de habitação.
Seis anos após a sua morte, a família foi surpreendida com o falecimento de seu filho Nurmi Rocha aos 47 anos de idade, um jovem virado para a rádio, onde fez parte do programa “Céus de Portugal”, de “Serões para Trabalhadores”, e outras aptidões como a pintura, a poesia e outras aptidões que nascem com a própria pessoa. A morte de Nurmi Rocha surgiu inesperadamente por motivos que só ele mesmo premeditou precisamente quando muito se esperava das suas reais qualidades. A casa dos Confrades do Espírito Santo era assim chamada porque pertenceu aos confrades do Espírito Santo. Numa lápide que estava sobre o portal da entrada da casa havia uma inscrição de 1520 e tantos, o que mostra que a confraria, logo desde os seus princípios, teve muitos irmãos que contribuíram para comprar ou mandar fazer o prédio.
Embora por pouco tempo, Fernando Rocha chegou a ser vereador da Câmara Municipal, em 1967.