Caetano Teixeira Coelho nasceu no dia 2 de Agosto de 1841nesta vila, mais propriamente numa casa do Largo da Misericórdia que faz esquina para a rua Plácido de Abreu.
Em 1858 matriculou-se na Universidade em direito, abandonando os livros em 1862 por ter sido acometido de tuberculose que o vitimou em 1863, precisamente no domingo de Páscoa.
Distinguiu-se como estudante e cultivou as letras e o jornalismo. Iniciou a sua actividade profissional como Administrador do Jornal “A Concórdia” que funcionava numa casa junto à ponte antiga e tinha como chefe da redacção António Vilar e como director o Dr. Albano Guilherme de Azevedo Amorim, da Casa das Pedrosas, seu fundador. Depois colaborou no jornal “O Tira Teimas” em cujas colunas saíram alguns trabalhos de grande valor, sendo o principal “Um lance de olhos pela língua” em que o ilustre arcuense mostrou ter lido os clássicos e conhecedor das belezas da língua pátria.
Saíram póstumos, em volume publicado à custa dos seus condiscípulos Cerqueira Lobo e Rodrigo Veloso, os trabalhos seguintes:
“A expulsão dos Judeus, drama em 4 actos;”, “Um lance de Olhos pela Língua” já citado; “Considerações dum Moribundo”; ”Páginas – Soltas dum Livro de Amarguras”; e as “Cinzas de D. Pedro V”. Também fez uma bela tradução de uma obra que ninguém conhece mas que foi elogiada por grandes escritores. Camilo Castelo Branco apreciava tanto o talento do saudoso Caetano Teixeira Coelho que lhe fez várias referências entusiastas numas cartas do Minho que publicou num jornal de Lisboa. O seu nome simbolizava o Teatro Teixeira Coelho que estava instalado num prédio sito na Praceta Salvador Alves Pereira, onde hoje funciona o Banco Barclays. Esta casa destinada a grandes espectáculos era a única existente do género em Arcos de Valdevez. Os maiores espectáculos realizados nesta vila foram ali exibidos, designadamente opera, revistas, bailes e a exibição de filmes semanalmente, embora antes existisse a Sociedade de Consertos que actuava na sede da Associação dos Empregados do Comércio. De realçar a sua arquitectura, os camarotes onde se podiam instalar 4 pessoas sentadas, a plateia com cerca de 80 lugares, um palco amplo e o bar que se situava na cave. O acesso a todos estes espaços fazia-se por portas amplas e um corredor que circundava todo o espaço interior do edifício. Esta casa de espectáculos foi durante muitos anos dirigida pela D. Henriqueta Sampaio.