Boaventura Gonçalves Roque nasceu em Sistelo no dia 22 de Abril de 1822 e foi o 1º. Visconde do Rio Vez., título concedido por alvará de 13 de Fevereiro de 1879, filho de Francisco Gonçalves Roque e de D. Maria Gonçalves. Com 20 anos de idade partiu para o Brasil onde, após longos anos de trabalho no sector comercial, conseguiu reunir uma fortuna considerável. Em 1873 fez parte da comissão de socorros às vítimas da estiagem em Cabo Verde e em 1870 foi nomeado membro da comissão consultiva junto do consulado português, daí ter vindo pela primeira vez a Portugal e durante a sua estadia praticou vários actos de benemerência, oferecendo 200$000 reis para obras na igreja de Sistelo e outros meios de beneficência. Quando regressou definitivamente a Portugal e tendo em atenção os relevantes serviços prestados à comunidade, foi designado, sucessivamente, 1º. Visconde do rio Vez; Comendador por D. Luís; Comendador da Ordem de Jesus Cristo; Fidalgo da Casa Real; Cavaleiro da Casa Real; Cavaleiro da Ordem da Rosa do Brasil e finalmente Provedor da Santa Casa da Misericórdia. Em 1870 havia sido nomeado membro da Comissão Consultiva junto do Consulado Português, embora já tivesse sido agraciado com o título de Visconde de Rio Vez e quando já definitivamente em Portugal, fez muito pelas instituições de Lisboa e de Arcos de Valdevez, beneficiando Albergues Nocturnos em Lisboa e a Arcos de Valdevez ofereceu diversos donativos a instituições mais pobres do concelho. Na freguesia de Sistelo mandou constuir um palacete, um chafariz, um cruzeiro, uma escola e outros melhoramentos valiosos. Deve-se também a ele a construção do jazigo de família implantado no centro do primeiro talhão do Cemitério Municipal de S. Bento da Vila.
Por fim comprou, perto da vila, a Quinta da Condessa que mais tarde passou para a posse da Condessa de Alto Marim. Como esta senhora era solteira, é muito provável que fosse familiar do Visconde.
Esta Quinta era muito frequentada por personalidades da alta sociedade portuguesa e brasileira. Em 1978 foi esta quinta com casa solarenga e capela comprada por Manuel Afonso Domingues e esposa que pretenderam tansformar a casa em habitação turística já que possuia 18 quartos, mas os seus esforços não tiveram êxito.
O Vinconde de Sistelo faleceu no Estoril em 14 de Junho de 1894 e dado à terra no jazigo de família acima referido e que se trata de uma verdadeira obra de arte. O palacete acima referido foi-se deteriorando com o tempo e hoje, salvo erro, pertence à Junta de Freguesia.
Na igreja de S. Bento existem umas ossadas que poderão ou não pertencer a este ilustre ascuense, embora se diga com mais propriedade que pertencem ao Conde de S. Paio.