O padre António, abade na freguesia de Cabreiro foi Provedor da Santa Casa da Misericórdia de 1676 a 1684, ano em que faleceu. Por testamento datado de 7 de Julho de 1684, com 54 páginas, deixou à Santa Casa da Misericórdia propriedades, rendimentos e dinheiro que o tornaram como o maior benemérito do concelho em prol duma instituição de caridade. O dinheiro que deixou estava nas mãos de tabeliães em 24 freguesias. A referida herança rendeu durante 200 anos, o que quer dizer que eram valores sólidos que mantiveram rendimentos todos aqueles anos. Segundo crónicas já escritas em jornais e livros antigos, a herança que o Padre António Feijó de Araújo deixou à Santa Casa da Misericórdia foi a maior de todos os beneméritos que contribuíram para que a casa dos necessitados fosse a mais rica do distrito.
Segundo dados que o Senhor Padre Arieiro cita num dos seus livros, o tesoureiro de Cabreiro ainda cobrava rendas ou juros em 1819. Só para se fazer uma ideia do montante do legado, basta dizer que provinha de tabeliães das freguesias do Couto, Portela, Vilela, Eiras, Aboim, Sabadim, Rio de Moinhos, Santar, Gondoriz. Giela, Sá, Alvora, Proselo, Soajo e Padroso. Este testamento denominou-se como o “Legado do Abade de Cabreiro” ou o “Legado de Cabreiro”.