O Padre Frei Alexandre do Espírito Santo Palhares, nasceu em 1749 na casa da Arroteia, freguesia de Sabadim, filho de Luís Palhares Brandão, cavaleiro de Cristo e tenente de cavalaria e de D. Maria de Castro Andrade. Aos 16 anos professou na ordem seráfica e depois de ordenado começou a sua carreira oratória na capital, sendo ouvido algumas vezes nas capelas reais. Como era violento nos sermões contra os desmandos do governo, este afastou-o para longe, servindo-se para isso da intriga que naqueles tempos era muito usual. Foi então para a ilha de Pereira onde dirigiu espiritualmente o colégio dos Ursulanos e promoveu o seu desenvolvimento. Não abandonou o púlpito e pregou em Coimbra e noutras terras, sendo chamado também para algumas festas em Lisboa onde fez pregação. O patriarcado já incomodado com a sua reaparição nos púlpitos da capital e temendo que o padre Palhares fosse chamado mais vezes, foi proposto o seu nome para bispo de Angola, mas o religioso arcuense recusou tenazmente a mitra. Depois veio a invasão francesa e o pobre padre teve o desgosto de se ver insultado injustamente sob o labéu infamante de se ter bandeado com os inimigos da Pátria, chegou a ser preso em Coimbra, tendo o batalhão académico de o escoltar para obstar a ira dos populares. Solto e depois de recolher a Pereira, foi ali vítima de peste a 3 de Junho de 1811. Saíram póstumos os seus sermões em dois volumes compilados pelo seu amigo José Tavares da Paixão e Sousa, bacharel em cânones e prior da vila de Pereira. A solarenga Casa da Arroteia ainda existe em Sabadim totalmente remodelada por familiares ou por estranhos que a tivessem adquirido. Para o efeito desloquei-me ao local para contactar com as pessoas que ali habitam, mas não me foi possível visto não encontrar ninguém em casa.