O general Plácido de Abreu nasceu na freguesia de Santar, deste concelho, no ano de 1809, tendo como progenitores Diogo Pereira Pinto e D. Maria Joaquina de Abreu, gente pobre.
Aos 19 anos foi para Coimbra a expensas da madrinha D. Maria Joaquina da Cunha Ferraz e ali se matriculou no Colégio das Artes. Em 1830 foi preso por suspeitas de defender o liberalismo no forte de Monsanto de onde conseguiu fugir, indo refugiar-se em Espanha.
A 23 de Dezembro assentou praça na “Centúria da Liberdade Trástagana” que era um corpo consultivo de ouro na defesa da praça de Marvão, onde Plácido de Abreu se portou como um herói.
Dissolvida a Centúria em 27 de Maio de 1834, passou ao exército activo, no posto de alferes e conseguiu licença para se matricular na Universidade de Coimbra onde se bacharelou em matemática a 17 de Julho de 1839 e em filosofia em 16 do mesmo mês do ano seguinte.
Enquanto estudante, serviu como comandante do Batalhão Nacional de Coimbra.
A 15 de Outubro de 1840 teve licença para seguir a arma do Estado-Maior e em 31 do mesmo mês foi agregado ao exército de operações, onde serviu até 10 de Fevereiro de 1841.
Em 1842 foi nomeado director das Obras Públicas de Castelo Branco.
Em 2 de Outubro de 1846 foi incorporado no Estado-Maior do Exército de Operações, comandado pelo Duque de Saldanha e tomou parte na acção de Torres Vedras, na qual ganhou a venera de cavaleiro da Ordem da Torre e Espada. Em 1851 foi agraciado com a comenda da Ordem Militar da Conceição e no ano seguinte com a Carta de Concelho.
Em 1858 foi nomeado vogal do Conselho Superior de Obras Públicas e em 1861 foi nomeado inspector, passando em 1864 para os portos e barras marítimas. Em 1869 foi nomeado engenheiro-chefe da Sexta Divisão e serviu ainda como director das Obras Públicas de Braga, Porto e Viana do Castelo. Fui deputado em várias legislaturas nos anos de 1851 a 1861, representando sempre a sua terra natal, que lhe é devedora de muitos e valiosos serviços. Em 1880 foi nomeado par do reino e em 16 de Novembro de 1881 reformou-se com o posto de general de divisão e em 1895 falecia em Lisboa, sendo muito sentida a sua morte.
Possuía as condecorações de “Oficial e Cavaleiro de Torre e Espada”, “Comandas da Conceição de Vila Viçosa” e de “ S. Maurício e S. Lázaro” do reino de Itália”, “Cavaleiro das Ordens de S. Bento de Avis e de Isabel a Católica”, Medalhas das Companhias da Liberdade” a “Medalha de Ouro de Comportamento Exemplar” e por fim a “Medalha de Ouro de Comportamento Exemplar”.
Era avô ou bisavô de Plácido da Cunha Abreu, o arrojado aviador falecido em Vincennes, na trágica jornada de 1934.
O seu nome encontra-se perpetuado na rua que liga o Largo da Lapa ao Largo da Misericórdia.