Ainda tive ocasião de conhecer este nosso ilustre conterrâneo e grande benfeitor Luís Pereira Barbosa Lobo, digno Presidente da Direcção do Asilo de Infância Desvalida e das Órfãs. Faleceu no dia 17 de Janeiro de 1961, com 72 anos de idade.
Os seus colegas de Direcção não quiseram deixar passar mais um aniversário de tão faustosa data sem tributar ao seu presidente uma homenagem pequena, simples pela sua modéstia, mas grande pela sinceridade que a reveste. A homenagem consistia na colocação do seu retrato na sala principal do Asilo. Na sessão que para tão simpático fim se realizou pelas 15 horas, onde estavam presentes a Direcção composta pelo próprio Presidente da Direcção, Dr. Alberto Carlos de Azevedo Amorim, Padre Armando Rocha Gomes, José Bernardino Pereira, Manuel Palhares Nogueira Falcão, Camilo Pereira Sampaio e José Cerqueira, as asiladas pensionistas e directores.
Todas as asiladas cantaram versos adequados ao acto, seguindo-se um recital por uma das internadas, sendo neste momento sido descerrado o retrato do Senhor Luís Lobo, pelo Dr. Alberto Amorim, da Casa das Pedrosas. Seguiram-se vários discursos de membros da direcção e o homenageado que disse que esta instituição vive exclusivamente de donativos e do produto dos ensinamentos prodigalizados à infância pelas senhoras que internamente a vem dirigindo, oferecendo nessa altura o donativo de 500$00.
Que a infância lhe beije as mãos em sinal de gratidão, Segundo diziam as pessoas desse tempo, as receitas também provinham das mensalidades pagas pelas crianças filhas de pais de boas famílias que recusavam mandar as filhas para a escola primária, encaminhando-as para o Lar onde as Irmãs de Caridade as preparavam para fazer croché, pintar, tocar piano e falar francês. Entre essas meninas recorde-se a Rosa Gachineiro, Beatriz Estrela Sotomaior, Rosa de Jesus Amorim, Maria do Céu Bernardes, Zirza Pacheco, Eveline Ferraz, Maria da Conceição Galvão, Fernanda Galvão, Augusta Fernandes de Araújo, Maria Armanda Valério Amorim, Maria Cândida Valério Amorim e os rapazes Manuel Fernandes, Domingos da Silva Dias e outros. Luís Pereira Lobo era talvez o maior capitalista dos Arcos. Deixou família próxima que se desloca a Arcos de Valdevez com alguma frequência.