José de Brito Castilho nasceu em Arcos de Valdevez no dia 3 de Janeiro de 1894 e fixou residência em Coimbra em 1869 e veio a falecer em 1963, onde foi considerado uma figura que se destacou no jornalismo, no teatro, na poesia e como escritor.
Ali exerceu o cargo de chefe de Redacção do “Diário de Coimbra”, cargo que desempenhou durante mais de 30 anos, tendo sido, nessa qualidade, homenageado pela Câmara Municipal de Coimbra ao perpetuar o seu nome numa das ruas da cidade que fica situada na Urbanização da Cooperativa Mondego, cujo Presidente, no acto da cerimónia, salientou “que José Castilho era um corajoso e idealista, combatente pela liberdade e pela democracia, reconhecendo na sua pessoa escritor arguto e inteligente, comandado pelo seu coração generoso a favor dos humildes, das crianças e dos necessitados”.
Em Arcos de Valdevez foi um assíduo articulista da Revistas Serrana e do Almanaque Arcoense. Os seus artigos primavam sempre sobre casos amorosos, poesia sublime onde focava beleza, encanto, deslumbramento, simpatia e a mulher arcuense. Quem gosta de boa leitura, leia José Castilho porque toda ela excede a saudade, o sentimento e tristeza. A nostalgia estava sempre patente em tudo que José Castilho escrevia e publicava.
Que eu saiba apenas escreveu “Contas do Meu Rosário”. O seu imaginário literário diluia-se em diversas revistas e jornais. Em vida foi Chefe da Secretaria da Câmara Municipal e Comandante dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez, Chefe de Redacção do Diário de Coimbra, escritor e poeta.
Em Coimbra, ao completar 100 anos do seu nascimento, foi considerado um homem de verdadeiro destaque. Magalhães Bertangi disse que José Castilho tinha um “temperamento singular de poeta e de romancista com fúlgido talento” Os jornais de “O Combatente de Fafe”, o “Diário da Noite – Lisboa”, “O Comércio do Porto”, “Correio da Manhã”, “Correio de Mangualde”, “O Primeiro de Janeiro”, referiram-se à sua pessoa com grande elogio, razão porque homens com a cultura e a sensibilidade como a dele, não podem ser esquecidos”. Foi um activo director e colaborador da Revista Serrana e do Almanaque Arcoense. Num dos artigos que frequentemente escrevia para a “Serrana” em 1924, dizia que na Biblioteca da Assembleia Arcuense, existia um volumoso livro em brochura, impresso há 174 anos com o titulo “Chonica Seráfica da Santa Província dos Algarves”, sendo seu autor o padre Frei Jerónimo de Belém, natural de Arcos de Valdevez.
Daniel Filipe, da Colecção Forma, escreveu: “O Diário de Coimbra, trouxe-me há dias, as palavras amigas do José Castilho, no calor de uma campanha de que ele foi, sem dúvida, um dos primeiros e devotos campeões.
Não me espantou a amizade confessada, nem a coragem de bater palmas a quem se contenta com um lugar honradíssimo na segunda fila dos combatentes voluntários, atribuindo-me, para o efeito, os louros imerecidos de capitão de “bandeiras”: mas à cabeça, confinado nessa Coimbra doce, que é, ao fim e ao cabo, grande amor da sua vida; um homem capaz de admiração – coisa bem rara nestes tempos de todos serem génios e trazerem consigo a chave inacessível dos mistérios.” Do primeiro casamento, José Castilho era pai do Dr. Rui Castilho, casado com D. Rosa Valério Amorim, D. Estrela Castilho, casada com o Eng. Viriato Walfango de Macedo e de D. Arlete Castilho Taveira, viúva de Jorge de Barros Taveira. Do segundo casamento nasceram dois filhos, um dos quais, o Jorge, seguiu o percurso de seu pai.