O padre Joaquim Luís Ribeiro da Silva, arcipreste deste julgado eclesiástico, nasceu em 22 de Dezembro de 1810, filho de pais pobres. Ainda estudante e com 17 anos de idade foi preso por afecto às ideias liberais, mas a Alçada do Porto absolveu-o em 1 de Junho de 1831.
Ordenou-se em 1838 em Cidade Rodrigo, em Espanha, vindo para esta vila e aqui viveu depois toda a vida sendo encomendado em S. Paio e depois abade da mesma freguesia, com instituição canónica datada do ano de 1852. Pela sua boa conduta e também pela forma elevada e correcta como se apresentava em público, o que lhe granjeou as simpatias de pessoas altamente colocadas, algumas das quais já o consideravam dos tempos das lutas pela causa da liberdade, foi o abade Ribeiro da Silva muito distinguido com honras pias e
nomeações para cargos eclesiásticos importantes, tais como: – Em 7 de Março de 1858 agraciado com as honras de cónego da Sé primacial de Braga; em 30 de Outubro do mesmo ano, nomeado arcipreste do julgado de Valdevez, cargo que exerceu até à morte; em 28 de Fevereiro de 1861 agraciado com o grau de cavaleiro da ordem militar da Conceição de Vila Viçosa; em 27 de Junho de 1864 nomeado capelão fidalgo da Casa Real; em 12 de Março de 1868 nomeado governador do bispado de Aveiro, lugar que recusou; em 14 de Julho de 1868, nomeado D. Prior da Real Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira, de Guimarães, sendo porém a portaria régia revogada pouco tempo depois e suprimido o lugar referido por ter havido mudança de governo; em 17 de Junho de 1873 agraciado por Sua Santidade Pio IX com as honras de seu camareiro secreto supra numerário; e m 1865 eleito deputado por este circulo na legislatura que terminou em 1868; e, finalmente, foi procurador à Junta Geral do distrito e Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Arcos de Valdevez.
Faleceu no dia 27 de Dezembro de 1889.