O reverendo Francisco de Araújo e Azevedo, aquando do terramoto de 1755, em Lisboa, já tinha a bonita idade de 98 anos, o que quer dizer que nasceu em 1659. Foi pároco na freguesia de Vilela e baptizou quase todas as pessoas ali residentes. Segundo consta das Memórias Paroquiais, o reverendo Azevedo levantava-se muito cedo e, em primeiro lugar, rezava o ofício Divino e depois celebrava missa. Se fosse Inverno e tivesse que se deslocar a outra freguesia para prestar ajuda ao pároco local, antes de sair de casa bebia uma tigela de vinho quente com mel e manteiga e o mais que tivesse em casa. Quando não tinha que sair almoçava às 9 horas ou um pouco mais tarde. Raras vezes dormia de dia, mesmo em pleno verão. Se o dia estivesse sereno, saia todas as tardes para fazer exercício e recolhia-se cedo para fazer as suas orações. Ceava cedo, ainda com dia, e de seguida ia para a cama. Fora de horas nunca bebia, nem água nem vinho e se algumas vezes tivesse sede metia na boca umas ameixas que trazia sempre consigo. Era um padre muito querido na freguesia porque repartia o pouco que tinha com os pobres e muitas das vezes ainda ajudava os seus colegas doutras freguesias, mesmo que lhe custasse muito dada a idade que possuía. Na freguesia de Vilela era muito estimado e querido pelas pessoas ali residentes, o que o tornava uma figura adorada e respeitada.