Dr. Augusto Carlos Cardoso Pinto Osório, nasceu na Casa da Quinta da Breia, em Arcos de Valdevez, no dia 1 de Janeiro de 1842. Nesta vila cursou as primeiras aulas, sendo discípulo do conceituado professor Miguel Roque dos Reis Lemos e de outras figuras que se tornaram importantes no país. Em 1860 entrou para a Universidade onde se veio a formar em 1865. Como estudante tomou parte na Molinada e pertenceu à célebre sociedade do Raio. Casou em Ponte de Lima com D. Amélia Coutinho Figueiras Osório, senhora distinta, que ao fim de dois anos de casada faleceu, tendo deixado um filho único o Dr. Artur Cardoso Pinto Osório, que foi notário em Braga e Porto. Em 1867 iniciou a sua carreira de magistrado, indo para Sotavento de Cabo Verde, onde logo se revelou um grande humanista da classe. Em 1869 foi promovido por distinção a juiz do Ultramar e colocado como procurador da Coroa e Fazenda junto da Relação de Luanda. Em 1871 foi de novo colocado na Câmara de Sotavento, como juiz e ali permaneceu até 1877, ano em que foi transferido para Macau, onde se tornou famoso pela sua autoridade e pela luta que travou com o governador da colónia, homem de grande valor político. Dessa luta nasceu um livro primoroso “História duma Administração Ultramarina”.
Em 1887 passou para a magistratura da metrópole sendo colocado na relação dos Açores, de onde em 1890 transitou para a do Porto e em 1903 foi nomeado juiz de Supremo Tribunal de Justiça, cuja presidência assumiu em 1910, aposentando-se dois anos depois.
Foi agraciado com a Grande Cruz da Ordem de S. Tiago, tendo em atenção os serviços prestados ao país como magistrado. Politicamente foi sempre um liberal no amplo sentido da palavra como o atesta a sua vasta obra jurídica e literária. Foi também sempre um crente como o demonstrou em toda a sua vida e ainda poucos dias antes de morrer, mandou chamar um sacerdote que lhe ministrou os sacramentos.
Faleceu em 6 de Abril de 1920 e jaz no cemitério da freguesia onde nasceu. Publicou diversos artigos no Almanaque Arcoense e em vários jornais e revistas. O padre António Martins de Brito definiu Pinto Osório como uma das figuras mais cultas dentro da jurisprudência portuguesa. O seu nome está perpetuado no Largo da Misericórdia, em Arcos de Valdevez.