Dr. António Gonçalves Ferreira, nascido a 3 de Junho de 1930, filho de José Ferreira e D. Sara Gonçalves Barreiros, licenciado em medicina e um dos fundadores da Clínica Santa Tecla, em Braga, falecido no dia 12 de Setembro de 2012, ficando o seu corpo em câmara ardente no átrio da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez, de onde saiu no dia seguinte para o jazigo de família no Cemitério Municipal de S. Bento.
Findas as exéquias religiosas, o actual Presidente da Câmara de Arcos de Valdevez, usou da palavra para salientar a figura do falecido como arcuense, autarca e médico. Recordou algumas conversas que tiveram, salientando uma visita que fez à Casa das Artes, obra que ele considerou um fonte de cultura para todos os arcuenses e não só. Foi um momento que sensibilizou uma multidão que enchia a igreja e os que ficaram fora dela, por não terem lugar. No funeral viram-se pessoas de diversas classes sociais, entre elas vários colegas. O Dr. Ferreira além de médico anestesista, foi Presidente da direcção do ex- Clube Atlético de Valdevez, do Clube de Caça e Pesca, Deputado Municipal da Assembleia de Braga, Vereador da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez, Director do Hospital S. Marcos de Braga, Médico do Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Arcos de Valdevez, Anestesiologista dos Hospitais de Arcos de Valdevez e do Hospital Geral de Santo António do Porto e ainda dezenas de outros cargos no âmbito da medicina, bem como publicou diversos trabalhos no âmbito da sua especialidade.
Em 1950 foi nomeado Presidente da Câmara Municipal, cujo cargo desempenhou de 16 de Setembro de 1968 até Abril de 1974, tendo-se despedido dos colegas da Câmara através de um discurso onde recordou as dificuldades com que lutou para levar a efeito algumas obras no concelho, embora durante o seu mandato tivesse levado a efeito a “Avenida Recontro de Valdevez” que nasceu perto das Pedrosas e terminou na estrada que segue para o concelho de Monção.
Esta obra ficou para sempre na memória daqueles que assistiram à sua abertura já que tirou do centro da vila a circulação de viaturas pesadas e diminuiu o trânsito ligeiro que circulava no centro da vila. Foi de facto uma obra que ficou para a história de Arcos de Valdevez.Mas além de todos estes cargos recebeu vários prémios atribuídos pela Sociedade Científica, criou a empresa “Setevez”, a construção do Cine-Teatro Alameda, a Caixa de Assistência aos funcionários da Cãmara e instituiu a constituição da Comissão Municipal da Juventude e Desportos e em 1966 foi condecorado pela Câmara Municipal de Arcos de Valdevez com a Medalha de Mérito Municipal. Durante a guerra do Utramar foi mobilizado para prestar serviço militar na Guiné, onde permaneceu cerca de dois anos. O seu regresso aos Arcos foi aclamado desde o lugar da Prova até à Praça Municipal onde iria assumir as suas funções. A foto que junto poderia ser do a próprio, mas optei por esta, visto estar acompanhado dos seus amigos que a morte já levou, excepto dois ou três. Como autor deste pequeno apontamento sobre a figura e obra de António Gonçalves Ferreira, quero salientar o facto de ter sido ele que mais contribuiu para a minha entrada na política activa. No passado dia 11 de julho, dia do concelho, a Câmara Municipal homenageou-o ao atribuir o seu nome a uma artéria da vila.